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Amesterdão #3 (26 de Abril)

Acordar numa cidade que não é nossa, é motivo para acordar com um grande sorriso mesmo que ainda não sejam 8 da manhã e o tempo lá fora esteja cinzento, carrancudo e nada apelativo. Ainda assim, não fomos a Amesterdão para dormir, fomos conhecer, fomos calcorrear ruas, à chuva ou ao sol, fomos à procura de lugares diferentes, gente diferente e aqui encontrámos tudo isso.

Ao terceiro dia, finalmente, encontrámos um lugar para tomar o pequeno almoço que valia mesmo a pena, o La Purete Coffee, um pequeno café cheio de pinta, propriedade de uma senhora vietnamita muito simpática, em Vijzelstraat 71HS, 1017 HG Amsterdam. Se aquilo não era um pequeno almoço vou ali e volto já. Era café grande, sumo de laranja natural, sandes, croissants, tudo à grande. Esta deve ter sido a refeição que melhor me soube em Amesterdão! Até me nasce água na boca só de pensar nisso. A cereja no topo do bolo era um pastel de nata no fim daquele repasto mas também não se pode ter tudo.

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Em Amesterdão as casas são tortas, descaídas, irregulares, nada geométricas, mas são lindas com aquela tijoleira escura e janelas gigantes a absorver a claridade dos dias mais feios.

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No caminho para MuseumPlein, o nosso grande objectivo para aquela manhã cinzenta, passámos no Heineken Experience, o museu da Heineken, mas não entrámos. Além de ainda estar fechado (penso que só abria às 10h), custava 16€ e na verdade nós não estávamos muito interessados nesta visita (já tínhamos visitado a fábrica museu da Guinness na Irlanda), optámos por seguir para a Praça dos Museus.

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Quando chegamos a Museum Plein parece que fomos transportados para um cenário diferente de tudo o que tínhamos visto nestes dias. Aquela praça abre-se numa grandiosidade de museus, jardins, arte e cultura. Mediante as hipóteses que tínhamos à nossa frente e dado que nenhum de nós percebia muito além do básico de pinturas, quadros, esculturas e afins, optámos pelo Museu do Van Gogh pois era uma coisa mais contemporânea, mais ajustada à nossa realidade e constatámos que até conhecíamos alguns dos seus quadros.

O Museu é muito bonito, com uma arquitectura moderna, com salas e salinhas cheias de quadros, com gente que parece que nunca mais acaba, alguns com ar mais entendedor da arte que observam, outros, como nós, numa visita pouco demorada, excepto naqueles quadros mais conhecidos.

Foi uma pena estar de chuva, porque apetecia mesmo ficar por ali naqueles jardins a observar o movimento e o rodopio de quem visita museus de empreitada.

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No nosso bom estilo turístico seguimos a pé à procura de Vonderpark, um jardim com um aspecto muito agradável se tivéssemos o sol como companhia. Apesar de estar vazio, ainda deu para passear um bocadinho e ver pessoas a correr cheias de vontade. Este parque não é para se ver a correr, tem de se apreciar o coreto, as estátuas, A Casa Azul de Chá, o teatro a céu aberto e a alegria das crianças holandesas a correr e a brincar no parque.

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O tempo passou num ápice e chegou-se a hora de almoço. Estando nós nas imediações de Leisplein, fomos ver se havia sítio para comermos. O que não faltava naquela praça, a um domingo, era sítios para comer. Acabámos por escolher o Café Billard (tinha wifi!!), que nos ficou por cerca de 20€ por pessoa, o normal em Amesterdão para um almoço simples.

A chuva e o frio teimavam em não dar tréguas mas isso não nos impediu de passar a tarde pela cidade, sem destino, só a absorver o ritmo e a sentir o pulsar da cidade. Percorremos tantas ruas, atravessámos tantas pontes que a cidade que no primeiro dia nos parecia confusa e com todas as ruas iguais, agora se tornou mais definida, mais concreta e mais amistosa.

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À noite já tínhamos jantar reservado, não podíamos passar em Amesterdão e não ir ao Fiffteen, um dos restaurantes do Jamie Oliver. Tinha-nos constado que não era muito caro, pelo que decidimos experimentar. O Jamie Oliver é aquela personagem que tudo o que sai daquelas mãos é bom, cheira bem, sabe bem e ainda é bonito e simples. Foi com essa imagem de marca na cabeça que entrámos no Fifteen. Que desilusão tão grande. O ambiente é engraçado, simplista na decoração, requintado nos modos dos empregados. Comemos um menu que nos aconselharam (desconfiem sempre de menus que aconselham em restaurantes destes). A entrada era boa, mas a refeição foi diminuindo de qualidade até chegarmos à sobremesa, aquilo não era, de todo, comestível! Pela primeira vez num restaurante mandámos a sobremesa para trás. Obrigámos o empregado a tentar cortar a sobremesa com o garfinho para perceber o quão rijo aquela porcaria de bolo de chocolate estava. Num restaurante daquela qualidade, com o nome do Jamie Oliver como cara do sítio, num restaurante que é preciso reservas com 3 dias de antecedência, com toda a pompa e circunstância com que nos serviram, dão-nos uma sobremesa rija, seca, do mais incomestível que há? Que vergonha, senhores, que falta de brio. O cozinheiro/pasteleiro não prova a sua própria comida? Desconfio que se o Jamie Oliver sabe disto não vai ficar nada agradado com a situação. Resumindo, no fim pagámos 188€ (4 pessoas) e jurámos nunca mais voltar.

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Apanhámos um Uber que nos deixou quase à porta de casa e por aqui se finou mais um dia cheio de peripécias.

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