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Amesterdão #1 (24 de Abril)

Tolerância. Liberdade. Diversidade. Melting pot. Estas são apenas algumas palavras que me surgem na mente quando penso na “Veneza do norte”. Amesterdão já foi uma zona de extensos lagos e pântanos que se situavam abaixo do nível médio das águas do mar. Os canais e diques construídos no decorrer do tempo permitiram a conquista de terra ao mar para nela construir aquela que viria a ser a cidade que hoje conhecemos.

Amesterdão foi, em tempos, um dos principais postos de comércio da Europa. Viajantes, negociantes, marinheiros, mercadores e artesãos aqui se juntavam vindos dos terrenos que hoje conhecemos como Holanda, Bélgica e Luxemburgo.

Foi na segunda metade do século XX que Amesterdão se transforma na cidade que é hoje, cidade permissiva, tolerante e libertina.

A melhor forma de conhecer a cidade é de bicicleta. As bicicletas têm muitas vezes prioridade. Para quem circula a pé, é preciso ter mesmo muita atenção às bicicletas que nas suas ciclovias circulam sempre com muita pressa. Apesar do trânsito intenso, a bicicleta é o meio de transporte preferido dos moradores de Amesterdão sejam eles holandeses ou estrangeiros. Ao lado da Central Station existe mesmo um parque de estacionamento com dois andares só para bicicletas. É importante respeitar as cedências de passagem, os sinais e os semáforos.

Nesta viagem experimentámos a plataforma de aluguer de casas AirBnb. Conseguímos uma casa mesmo no centro da cidade por um preço relativamente acessível. Encontrámo-nos com a dona da casa ainda no aeroporto, aquela era efectivamente a casa dela e ela ia aproveitar para viajar também.

Ainda no aeroporto dirigimo-nos à zona de aluguer de carros, cada empresa era mais cara que a anterior. Nós só queríamos um carro pequeno para um único dia, onde coubessem as nossas 4 pequenas malas mas estávamos com algumas dificuldades em encontrar algo em conta. Acabámos por alugar um Panda por 115€ na Sixt e, espantem-se, as 4 malas que levávamos couberam no porta-bagagens como uma luva. Foi ao volante do Panda que saímos do aeroporto cheios de expectativas, promessas de bom tempo, boas paisagens e com aquele sorriso típico de quem anda à descoberta e a conhecer uma terra nova. Os sorrisos, os óculos de sol, as novidades que íamos pondo em dia, o casaco quente e o lenço ao pescoço denunciaram-nos, éramos claramente um grupo de amigos de férias a visitar uma cidade nova.

A primeira paragem foi no Parque Nacional de Keukenhof que fica a cerca de 20km do aeroporto (cerca de 30 minutos). Keukenhof é um parque de 32 hectares perto de Lisse. Foi fundado em 1949 como local de exposição para floricultores holandeses e europeus com o objectivo de aumentar a exportação de flores dos Países Baixos. Por ano, são aqui plantados mais de 7 milhões de bolbos que se traduzem em 800 variedades de tulipas. Além de tulipas, existem ainda narcisos  e jacintos.  Está aberto apenas entre o final de Março e o final de Maio e é dos parques de flores mais surpreendentes que já vi, é composto por tapetes deslumbrantes de tulipas, cuidados à mão por jardineiros dedicados que fazem um belíssimo trabalho.

Os bilhetes custaram 16€ por adulto mas foram seguramente dos 16€ mais bem empregues em visitas do género. O carro também pagou entrada, 5€ para o deixarmos no parque cheio de carros meticulosamente arrumados que se estendiam por um terreno baldio a perder de vista. Foi muito difícil seleccionar fotografias, todos os canteiros eram deslumbrantes.

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Seguímos no nosso Panda para Zaanse Schans, uma aldeia típica que fica a cerca de 50km de Keukenhof, o que se traduziu em 50 minutos de carro uma vez que nos enganámos algumas vezes no caminho.

A aldeia parece que congelou no tempo. Estamos perante uma atmosfera rural onde se revive um pouco a vida dos habitantes de outrora. Existem museus específicos sobre os queijos holandeses, sobre os tamancos típicos da Holanda, sobre a história do lugar em si. Em cada uma dessas casinhas tão particulares, é-nos mostrado o processo de fabrico, por exemplo, mostram como eram feitos e como são actualmente feitos os tamancos.

A ponte sobre o Zaan é ponto de paragem obrigatória para contemplar aquela água imensa com moinhos plantados à beira da água. Do outro lado vêem-se as casinhas à beira de água com jardins privados e ancoradouros. Estacionámos o carro e procurámos um sítio para a refeição, almoçámos por 12,5€ por pessoa antes de atravessar a ponte para a aldeia

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Alguns dos moinhos da aldeiam cobram entrada (4€ por adulto), mas existiam alguns com entrada grátis que ainda visitámos.
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Uma das casas da aldeia acolhe uma pequena fábrica dos tradicionais tamancos holandeses com demonstrações do processo de fabrico e uma loja para venda dos tamancos. Há até uma exposição de tamancos de vários tipos, desde os tamancos do casamento, aos das festas e outros mais exóticos só mesmo para a exposição. Nesta pequena fábrica, todos os trabalhadores usam os tamancos de madeira com umas meias grossas próprias para aquele calçado.

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Deu vontade de comprar um par, mas depois não sabia onde os usar.

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Os habitantes da aldeia recusam o título de museu ao ar livre apesar de nos sentirmos transportados no tempo para um passado não muito longínquo cheio de tradição, trabalho manual e valores que se perderam no tempo.

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Ao fim da tarde deixámos Zaanse Schans e rumámos a Amesterdão para conhecer efectivamente a cidade que nos levou a marcar esta viagem, o que nos levou cerca de 20 minutos.

Fomos à procura da nossa casa, arrendada nessa plataforma espectacular que é o AirBnB e ficámos espantados com a localização e com a confiança depositada, pois aquela era a casa habitual da Felicitas (a rapariga que nos arrendou a casa) e estavam lá todos os seus pertences. Saimos imediatamente para conhecer tudo o que havia na vizinhança, nomeadamente o Red Light District ainda de dia, com poucas montras a funcionar. Foi aí que descobrimos uma Igreja (a Igreja Velha) mesmo no meio do bairro mais libertino da cidade. Jantámos num restaurante argentino (San Thomas, que não recomendo de todo, comemos bifes de carne com sabor a chamuscado e exigiram-nos 26€ a cada um). Nem a noite fria e ventosa nos demoveu de conhecer a Praça Dam, as ruas e os canais, ver a animação e ainda parar a observar o ambiente num bar numa das ruas (parecem todas iguais) mais centrais da cidade.

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Acabámos a noite ainda a horas decentes no Irish Pub para nos ambientarmos ao corrupio desta cidade.
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