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Primeiro dia em Bali (17 de Outubro)

Quando ouvimos falar em Bali vem-nos à cabeça a imagem de boas praias, sol, calor, surf, mas Bali é bem mais do que isso, mesmo bem mais, Bali é toda uma cultura muito própria. Cerca de 93% dos balineses são hindus e levam a religião mesmo muito a sério. Os restantes são budistas e muçulmanos. No resto da Indonésia a esmagadora maioria é Muçulmana, o que também transforma Bali num sítio muito particular.
Na primeira manhã em Bali, com o nosso guia Michael, australiano que vive em Bali há 15 anos e dono da agência que contratámos para nos mostrar a ilha, começámos por ir assistir à Barong Dance. A dança, uma espécie de teatro, representa uma luta entre os espíritos maus e os bons. O Barong (animal mitológico) representa o espírito bom e o Rangda (o monstro mitológico) representa o espírito mau. A peça é constituída por cinco actos e as vestes dos “actos/danças” são muito trabalhadas e coloridas com o seu significado próprio. O espectáculo dura cerca de uma hora e é diferente de tudo o que já assistimos.




Visitámos a Batik Factory, uma fábrica de tecido (desde o desenho à coloração do tecido) onde fazem o sarong, vestuário típico da Indonésia que é sempre necessário para entrar nos templos. Os guias locais explicaram todo o processo passo por passo.

A Gold and Silver Factory foi outro dos pontos de paragem, onde trabalham os metais de forma muito detalhada e manual. Algumas das peças fizeram-me lembrar a nossa filigrana em Portugal. Claro que no final insistiram imenso para que comprássemos alguma peça, e aqui insistem sempre demais.
O Sukawati market foi o próximo ponto de paragem. É um mercado de rua que me pareceu mais virado para o turista do que para o balinês.

No caminho ainda deu para pararmos numa espécie de loja que vendia quadros pintados a óleo, não fomos capazes de resistir aos quadros e à sua beleza e perfeição e acabámos por adquirir uma pintura para cada um, claro que só o fizémos depois de muito regatear, trouxémos 4 pelo preço de 2.5. Na Indonésia já é habitual regatear preços em praticamente tudo, é uma prática bastante comum e acabamos por comprar sempre as coisas muito mais baratas do que o marcado.
O templo de Goa Lawah também foi ponto de visita onde tivémos de vestir o sarong do costume, caso contrário ninguém passava da porta. Havia no templo uma colecção de morcegos que dava medo.


Em Klungkung visitámos o Taman Gili dan Halls of Justice, onde novamente foi necessário vestir o sarong para visitar a “sala de audiência”, abertas à boa maneira balinesa e o templo. Uma curiosidade: as mulheres não podem entrar nos templos se estiverem menstruadas, não me perguntem porquê!

Ainda houve tempo para visitar uma aldeia tipicamente balinesa, onde nos foi dada a possibilidade de estar pacatamente à conversa com uma senhora balinesa, com o guia a fazer de tradutor, pois claro. Curioso é que os casamentos fora da aldeias não são bem vistos e é mesmo preciso pagar uma espécie de multa por parte da família de quem o fizer. Quem casar fora, deixa de ser bem-vindo à aldeia.

Foi um dia cansativo, sem dúvida, foram muitos quilómetros no meio de um trânsito infernal onde poucas são as regras, as passadeiras são de faz de conta (como disse o guia) e os traços contínuos é como se lá não estivessem. Há imensas motas e chegámos a ver crianças de 9 anos a conduzirem scooters sem capacete e de qualquer maneira. É de frisar que a carta aqui só se obtém aos 17 anos, mas parece-me que regras é coisa que não importa muito aos indonésios.
Na nossa vida de saltimbanco (uma noite em cada hotel) chegámos ao hotel dessa noite, o Kubu Bali, um hotel situado na encosta de uma montanha, sendo que os nossos três bungalows eram mesmo lá no topo. Os colaboradores do hotel já estavam à espera para nos levar as malas muitos degraus para cima, o que lhes conferia uma gorjeta, pois claro. Os bungalows eram muito giros e o chuveiro do banho era na rua, foi uma animação!
Acabámos a tarde na piscina (também conhecida por sopa, tal era a temperatura) que estava mesmo em frente aos três bungalows e ficámos por lá até escurecer. Enquanto estávamos na piscina vimos os macacos descerem das montanhas e irem à varanda nos bungalows buscar o ananás que servia de corpo ao sumo de boas vindas e assistimos ao banquete do macaco. O cansaço era tal (ou a preguiça) que acabámos por encomendar comida e jantámos na varanda de um dos bungalows, foi um autêntico banquete ao preço da chuva.


Umas jogatanas de cartas depois e tivémos de ir apagar para a cama cedo pois isto de andar a deitar tardíssimo e a acordar quase de madrugada dá cabo de qualquer um. Dormimos todos acompanhados de osgas, mosquitos e macacos, pois claro.

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