Miami Beach é uma ilha relativamente pequena, praticamente todos os locais são a “walking distance” ainda assim fazem-se 4km mais depressa de bicicleta (ou de bus) do que a pé.
Já tínhamos visto em vários locais bicicletas de aluguer, daquelas em que se pega a bicicleta num sítio e se pode deixar num outro local na outra ponta da ilha. Decidimos então, pela manhã, ir até Ocean Drive de bicicleta que distava cerca de 4km do nosso hotel. Ao acordar ouve-se lá fora a chuva, uma carga de água como ainda não tinha visto que deixou as ruas alagadas numa questão de minutos. Em Miami acontece tudo à velocidade da luz, até a chuva, assim como veio, se foi embora deixando para trás um dia cheio de sol e brilho.
Mesmo à porta do nosso hotel havia um daqueles pontos de aluguer de bicicletas, decidimos então tentar perceber como funcionava a maquineta de aluguer de bicicletas. Começámos por nos espantar com o preço, só precisávamos de meia hora, no máximo, para chegar a Ocean Drive, o que correspondia a 4 dólares por cada bicicleta com cartão de crédito. Não havia grandes alternativas, se queríamos ir de bicicleta aquele era o preço a pagar. O cartão de crédito é sempre uma aventura, depois de testarmos dois de bancos diferentes, a maquineta lá decidiu aceitar o terceiro (o meu banco é o maior)!
Seguimos então pela via das bicicletas, disponível em toda a ilha, com destino à rua mais movimentada de Miami Beach, a Ocean Drive, sempre com atenção aos carros que conduziam a par connosco e que, curiosamente, respeitam bastante os ciclistas.
Em Ocean Drive havia vários pontos de entrega das bicicletas, decidimo-nos pelo mais longe para podermos caminhar mais. Esta rua tem, dum lado restaurantes, do outro os acessos para a praia. Como tínhamos tempo começámos o passeio pela praia, a caminhar na areia, com a água a convidar-nos para o mergulho no mar ligeiramente agitado.
No decorrer do nosso passeio pela praia com os pés do mar encontrámos uma zona delimitada com as bandeiras arco-íris (quem leu o post anterior sabe a que me refiro), não estava à espera de uma divisão tão explícita na praia, mas se existem bares, restaurantes e Night Clubs próprios com a dita bandeira, uma zona na praia até tem o seu sentido.
Caminhámos ao longo de toda a Ocean Drive para poder ver de perto e com tempo tudo o que tínhamos visto ali a partir de uma carrinha sempre em movimento no City Tour do dia anterior. A esta zona chamam o Art Deco District devido aos antigos hotéis da Ocean Drive.
É nesta rua que encontramos a Mansão Versace, uma das casas mais fotografadas dos EUA (e já mencionada no post anterior, local do assassinato de Gianni Versace).
É nesta rua que podemos ver alguns dos carros mais raros de Miami, seja pela antiguidade ou pelo preço excessivo. Esta rua é como uma montra de automóveis, eles passam devagar para as pessoas confirmarem o estatuto de quem vai ao volante.
Quando se fizeram horas de almoço começámos a avaliar a melhor esplanada para sentar e comer, tendo em conta o tipo de comida e o preço. Acabámos por escolher o Larios, restaurante cubano, propriedade da famosa cubana Gloria Estefan. Uma das melhores coisas de viajar é conhecer as pessoas e falar com elas. O empregado que nos atendeu era brasileiro, tinha um sotaque estranho pois já estava nos EUA há 45 anos, e conversou bastante connosco, ficámos inclusivamente a saber que José Mourinho tinha estado ali a almoçar no dia anterior.
A figura de Al Capone continua dentro do seu carro na Ocean Drive, estacionado em frente ao Park Central Hotel.
Enquanto percorríamos a Ocean Drive ainda nos divertimos com os malabarismo de um skater em quem era impossível não reparar.
Depois de almoço e já sob um sol abrasador pegámos novamente nas bicicletas para regressar ao hotel (mais 4 dólares por cada uma).
Nessa tarde jogava-se a semi-final do Euro: Portugal-Espanha. Não podíamos perde este jogo por nada, então juntaram-se os portugueses no bar da piscina do hotel para uma tarde de futebol e sofrimento. Foi, claro, um sofrimento em vão porque nos penalties Portugal acabou mesmo por perder e os dez portugueses que estavam no bar da piscina do hotel não puderam fazer a festa, quem a fez foi o espanhol que estava do outro lado do bar.
Essa tarde já não rendeu nada em termos de turismo, limitámo-nos a ficar na piscina a conversar com os outros portugueses e a conhecermo-nos.
Combinámos todos jantar na Ocean Drive para ver como é por lá o ambiente à noite. Ainda era um pouco longe para ir a pé então apanhámos o autocarro para a Lincoln e daí seguimos todos a pé para a Ocean Drive.
Depois de avaliar ementas e preços acabámos por escolher um restaurante italiano com música ao vivo espanhola (num dia em que Portugal perdeu as meias-finais com a Espanha, a música foi de extremo mau gosto).
Depois de jantar, metade do grupo recolheu ao hotel e nós e os que sobraram decidimos beber um copo num bar qualquer. Tinha alguma curiosidade para ver como era o famoso Mango’s mas perante o “despimento” das meninas que estavam à porta a cativar clientes em lingerie pensámos que só a entrada seria para cima de muito dinheiro.
Acabámos por ir os quatro a um bar ali perto com um aspecto agradável, arejado e música ao vivo. A conversa corria muito bem e o ambiente estava animado até vir a conta. Quando vi os 20 dólares que nos cobraram por haver música ao vivo confesso que a minha cara percorreu todo o espectro de cores conhecidas. A banda que estava a tocar ao vivo nem sequer cantava bem e o único que se safava era o músico do saxofone!
Ficámos a saber que em Miami tudo tem um preço, até a música ao vivo nos bares.